Programa Ouvir e acolher é lançado em Goiás.
As cidades de Goiânia, Rio Verde, Goianésia e Goiás, representando as regiões Central, Leste, Sul, Sudoeste, Norte e Noroeste, respectivamente, receberam os eventos de lançamento do programa, com treinamentos, palestras e ampla cobertura da imprensa estadual.
O Governo de Goiás lançou nos dias 20 e 22 de fevereiro, em Goiânia e Rio Verde, e nos dias 12 e 14 de março, em Goianésia e na cidade de Goiás, respectivamente, o inédito programa Ouvir e Acolher, de Educação Socioemocional na rede estadual de ensino. Desenvolvido pela Secretaria de Educação do Estado (SEDUC), o programa começou a ser implementado ainda no ano passado, por meio dos serviços prestados pelo Instituto Hortense.
O Ouvir e Acolher foi lançado em Goiânia com a participação da secretáriaadjunta da Seduc, Helena da Costa Bezerra e do Superintendente de Atenção Especializada da Seduc, Rupert Nickerson Sobrinho, responsável pela gestão do programa, e que também participou dos eventos de Rio Verde e da cidade de Goiás.
Durante o lançamento do Ouvir e Acolher nos quatros polos estaduais (Central, Sudoeste, Norte e Noroeste) foram treinados 150 profissionais das áreas da psicologia e assistência social do Instituto Hortense e realizadas dinâmicas de interação, incluindo palestras, para mais de 110 servidores da Seduc.
No total, 260 pessoas participaram das atividades, que também atraíram o interesse de diversos veículos de comunicação. A apresentação do Edu, mascote do programa, foi uma das grandes atrações para o público do evento, um momento de descontração para servidores da Seduc e dos colaboradores do Instituto Hortense.
O Ouvir e Acolher foi desenvolvido para promover a assistência psicossocial para mais de 550 mil alunos e 50 mil servidores da rede estadual de ensino. Destes, 35 mil são professores que atuam em cerca de 1 mil escolas do Estado de Goiás. O programa começou a ser implementado no ano passado e já tem apresentado significativos resultados em casos de ansiedade, depressão e bullying.
Graças ao programa, a rede pública de ensino de Goiás será a primeira no país a implantar ações voltadas à Política Nacional de Prevenção e Combate ao Abuso e Exploração Sexual da Criança e do Adolescente, promulgada no início deste ano pelo governo federal.
O primeiro desafio foi promover o diagnóstico das 1 mil unidades da rede estadual de ensino. Equipes multidisciplinares de psicólogos e de assistentes sociais entrevistaram coordenadores de escolas para fazerem uma avaliação da realidade de cada instituição, em todas as regiões do Estado.
Próximos passos
O Programa Ouvir e Acolher já tem se mostrado eficaz, com impactos positivos nas escolas públicas de Goiás. Com os dados consolidados, o próximo passo será fortalecer uma política pública capaz de atuar de forma preventiva no auxílio à alunos, professores e demais servidores da rede estadual de ensino, dentro da perspectiva da educação socioemocional.
A secretária-adjunta da SEDUC, Helena da Costa Bezerra, enfatiza que um dos principais objetivos do programa é cuidar das crianças e adolescentes que ficaram privados da interação com colegas no período da pandemia da Covid-19 e agora têm dificuldade de readaptar ao ambiente escolar. “Por muito tempo elas não tiveram esse contato, que é o que desenvolve o ser humano. E sofreram com a perda de amigos e parentes, o que impactou muito na saúde mental delas”, afirma.
“Durante o final de 2021 e início de 2022, nas visitas que fazíamos às escolas, víamos crianças de 10 a 14 anos com crises de ansiedade, o que não é comum em alunos tão jovens. Essa geração tem que ser olhada com toda a atenção, para que não se tornem adolescentes com transtornos. Até porque isso também impacta muito na aprendizagem”, acrescenta.
Para o Superintendente de Atenção Especializada da SEDUC, Rupert Nickerson Sobrinho, poder contar com um amplo diagnóstico da condição emocional de alunos e servidores da educação, identificar as localidades que mais precisam desse atendimento e quais são os problemas que mais os afligem permitirá ao governo estadual criar programas mais assertivos.
“Se identificamos uma região que tem muitos casos de racismo, por exemplo, desenvolvemos uma ação específica para resolver o problema, assim como em regiões onde há a ocorrência de bullying, automutilação e outras questões que coloquem a saúde dos alunos ou dos professores em risco”, enfatiza.
Os eventos alcançaram sucesso de público e de engajamento, tanto por parte dos colaboradores do Instituto Hortense, quanto pelos servidores da Seduc. Os dois públicos puderam interagir, sanar dúvidas e conhecer melhor os desafios que o programa reserva para o seu desenvolvimento ao longo de 2024.