O Agosto Lilás é uma campanha nacional que ocorre anualmente com o objetivo de conscientizar a população sobre a violência contra a mulher e divulgar informações sobre os direitos garantidos pela Lei Maria da Penha.
O nome faz referência à cor lilás, que simboliza a luta e a resistência contra a violência doméstica e familiar. Essa campanha tem como propósito ampliar o acesso da população às informações, fomentar o debate, educar e engajar a sociedade em ações concretas que contribuam para uma cultura de paz e para a erradicação da violência contra a mulher.
O impacto da violência contra a mulher
A violência contra a mulher é uma grave violação dos direitos humanos e atinge mulheres de todas as idades, classes sociais, raças, etnias, religiões e orientações.
Ela não escolhe território, realidade econômica ou nível educacional. Trata-se de um problema social que fragiliza famílias, compromete o desenvolvimento saudável das relações e perpetua ciclos de agressão que atravessam gerações.
Por isso, exige uma intervenção coletiva, interdisciplinar e multidisciplinar. Enfrentar essa questão não é responsabilidade apenas das vítimas, mas de toda a sociedade e do Estado.
Tipos de violência contra a mulher
Violência física
Acontece quando há agressões corporais, empurrões, tapas, socos ou qualquer ato que cause lesão.
Violência sexual
Diz respeito a qualquer ato forçado que viola a liberdade e a dignidade da mulher em relação ao seu corpo.
Violência psicológica
Envolve humilhações, ameaças, isolamento e manipulações que afetam a saúde emocional da vítima.
Violência moral
Refere-se a difamações, calúnias e ofensas que mancham a imagem da mulher.
Violência patrimonial
Ocorre quando o agressor controla ou destrói bens, documentos, dinheiro e recursos financeiros, dificultando a autonomia da vítima.
As consequências da violência para a vida da mulher
Viver em um ciclo de violência traz consequências profundas. Muitas mulheres têm a autoestima abalada, passam a duvidar de sua própria capacidade, acreditam que não conseguirão romper a situação e, em alguns casos, naturalizam as agressões como se fossem inevitáveis.
Esse impacto emocional pode gerar quadros de ansiedade, depressão, dificuldades de confiança e até tentativas de suicídio.
Por isso, é fundamental a existência e a divulgação das redes de proteção e de apoio, que auxiliam a mulher a reconhecer que não está sozinha e que pode encontrar caminhos para reconstruir sua vida com dignidade.
Agosto Lilás e a importância da rede de proteção
Nos últimos meses, acompanhamos nos meios de comunicação inúmeros casos de mulheres vítimas de violência, alguns com desfechos trágicos. Esse cenário reforça a necessidade de campanhas como o Agosto Lilás, que ampliam o alcance das informações e divulgam a existência da chamada “rede de proteção”.
Essa rede é formada por serviços de assistência jurídica, social e de saúde que estão disponíveis às mulheres em situação de violência.
Exemplos de serviços de proteção em diferentes cidades
Em algumas localidades, diferentes recursos podem ser acessados:
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Uberlândia (MG): Casa da Mulher.
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Goiânia (GO): Casa Abrigo Sempre Viva e CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social).
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Outros estados: Defensorias Públicas, OSCs (Organizações da Sociedade Civil) e Delegacias especializadas no atendimento à mulher.
Quando integrados, esses serviços formam um conjunto de apoio capaz de oferecer atendimento digno, humanizado e eficaz.
Rede de apoio x Rede de proteção
É igualmente importante diferenciar esses dois conceitos:
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Rede de proteção: formada por instituições públicas e privadas, com serviços estruturados para apoiar a vítima.
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Rede de apoio: formada por pessoas próximas em quem a vítima pode confiar, como vizinhos, amigos, familiares e colegas de trabalho.
Muitas vezes, uma palavra de acolhimento, um gesto de solidariedade ou um apoio prático imediato pode fazer toda a diferença para que a mulher busque ajuda formal.
Assim, a rede de apoio fortalece a rede de proteção, criando um círculo de cuidado mais amplo e efetivo.
A importância da integração entre serviços
É essencial que a rede de proteção dialogue entre si e também com outras áreas, como:
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Rede de proteção à criança e ao adolescente
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Órgãos de segurança pública
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Instituições de saúde
Essa articulação evita a revitimização da mulher, a exposição desnecessária de sua história e a violência institucional.
A integração de serviços garante a proteção integral da vítima e promove maior efetividade na quebra do ciclo de violência.
Educação socioemocional e o papel do Instituto Hortense
Esse trabalho só é possível quando se compreende a importância da atuação multidisciplinar e interdisciplinar. É necessário somar esforços, abraçar as mãos de diferentes órgãos e caminhar em conjunto em prol da dignidade, da segurança e da vida das mulheres.
Nesse contexto, o Instituto Hortense, que busca promover o desenvolvimento e o aprendizado de crianças e adolescentes por meio da Educação Socioemocional, tem a oportunidade de contribuir com a campanha Agosto Lilás.
Ao levar informações e debates para dentro das escolas da rede estadual, inicia-se um processo de conscientização precoce, que prepara os jovens para construir relações saudáveis e livres de violência.
A educação socioemocional, aliada à informação, é uma das ferramentas mais poderosas para prevenir a reprodução de padrões abusivos.
Agosto Lilás como movimento permanente
Quando falamos em Agosto Lilás, falamos de um movimento que não se limita ao mês de agosto, mas que deve inspirar atitudes contínuas.
Conscientizar, educar e proteger são compromissos permanentes, necessários para transformar realidades e garantir que futuras gerações cresçam em um ambiente de respeito, igualdade e paz.
✍️ Por Gabriela Fernandes Maximiano
CRP: 09/8443
